quarta-feira, 23 de julho de 2014

A difícil relação entre o movimento provida e o governo do PT.


Por Ivanaldo Santos

Por ocasião das eleições do ano de 2010 a grande mídia noticiou a existência de um movimento social. Tratava-se do movimento provida e pró-família, um movimento ético, formado por cidadãos brasileiros que lutam em prol da dignidade da pessoa humana e da preservação e da valorização da família. Na época esse movimento fez sérias e concretas denuncias sobre os planos e sobre o Regimento e as normas internas que regem o partido da então candidata a presidência da república, a Sra. Dilma Rousseff, o Partido dos Trabalhadores (PT). Entre essas denúncias contavam o fato do PT ter em seu Regimento e em suas regras internas a determinação de legalizar o aborto. Em 2010 o movimento provida e pró-família foi classificado, pelo PT e por setores da mídia, como fazendo parte do “submundo da internet” e de “grupo conservador e reacionário”.

É preciso explicar que o movimento provida e pró-família existe no Brasil desde a década de 1970. O que houve em 2010 é que a grande mídia deu visibilidade nacional ao movimento. Trata-se de um dos movimentos sociais mais organizados no Brasil, com presença em quase todas as capitais e nas grandes cidades do Brasil.

O que chama a atenção é que o PT é um partido político que tem um histórico de afirmar que “ouve a voz da rua”, que “dialoga com as bases”, que “dialoga com os movimentos sociais”. Qualquer cidadão brasileiro, com o mínimo de conhecimento sobre atualidades culturais, já ouviu uma dessas expressões sendo proferida por algum membro ou líder do PT. É comum ver os líderes do PT em reuniões com lideranças de movimentos sociais, tais como: MST, Via Campesina, MTST, Passe Livre e até mesmo com o violento e destrutivo movimento dos Black Bloc.

O que surpreende é que em quase 12 anos de governo (2002-2014) o PT não conseguiu se reunir com o movimento provida e pró-família uma única fez. Na agenda do governo do PT estão presentes, por exemplo, centrais sindicais, grupos que espalham a violência e o pânico nas grandes cidades e até mesmo líderes e representantes de ditaduras do Terceiro Mundo. Quando se trata de se reunir com centrais sindicais ou grupos que espalham a violência nas grandes cidades, o governo do PT exerce o princípio de “ouvir a voz da rua” e “dialogar com as bases”. No entanto, esse mesmo princípio não é colocado em prática com o movimento provida e pró-família. Parece que o governo do PT não está interessado em ouvir as reivindicações sobre a dignidade da pessoa humana e sobre a necessidade de se manter e investir no bem estar da família.


De um lado, o governo do PT mantém e incentiva políticas que colocam em risco a vida humana, como, por exemplo, ações e políticas de incentivo ao aborto, fala-se em legalizar a prostituição e as drogas e, dentro de alguns setores do partido, fala-se até em legalizar o infanticídio. Do outro lado, o próprio governo do PT se recusa a ouvir qualquer reivindicação dos grupos provida e pró-família. Por mais que o PT diga que está sendo vítima de incompreensões, de críticas feitas por setores privilegiados da sociedade, é muito difícil aceitar o fato que o PT é um partido do povo e que ouve a voz da população. Em grande medida, o PT é um partido de uma estrutura social e política (sindicado, movimento social de esquerda, etc) e, por isso, está comprometido com essa estrutura. Qualquer movimento ou reivindicação que não venha dessa estrutura o PT tem dificuldade de ouvir. As reivindicações em prol da defesa da vida humana é um bom exemplo disso. Apesar de toda retórica democrática, em 12 anos o PT não conseguiu se reunir com o movimento provida e pró-família. Na prática, o PT tem uma postura autoritária, distante da vida, da ética e da dignidade que a pessoa humana merecer ter.

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