segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Vinho e odres novos para a direita.

Por Bruno Dornelles.

Jesus Cristo, em dado momento com os apóstolos, disse: "Ninguém põe um remendo de pano novo numa veste velha, porque arrancaria uma parte da veste e o rasgão ficaria pior.

Não se coloca tampouco vinho novo em odres velhos; do contrário, os odres se rompem, o vinho se derrama e os odres se perdem. Coloca-se, porém, o vinho novo em odres novos, e assim tanto um como outro se conservam." (Mt 9:17)

Que existe uma nova direita em formação no Brasil, disso não restam dúvidas. Grupos de internet que até dois anos atrás não possuiam qualquer relevância, hoje se tornaram grandes chamariscos para artistas como Lobão e Danilo Gentili, dando também partida a uma espécie de "união fria" entre grupos liberais e conservadores. Contudo, em meio a idéias de consenso como o combate a programas utilitaristas e eleitoreiros da esquerda, corte de tributação e combate ao monopólio estatal, a liberdade religiosa parece cada vez mais parece ser um divisor de águas a se evitar.

Falar de religião nunca foi fácil no Brasil. Dentro da Igreja Católica a disseminação teológica de Leonardo Boff e da Teologia da Libertação, de uma mentalidade de que o paraíso deve ser necessariamente na terra, esvaziou o velho discurso tradicional de comparecimento na Missa de Domingo - o "Dia do Senhor - resultando, assim, em uma maioria de católicos que hoje se dizem não praticantes. E, se não se pratica a fé, naturalmente, não há de nascer um levante pelo direito de ter fé.

Com os evangélicos, parece ser ainda pior. A popularização e o lobby dos Movimentos LBGT no entretenimento e na mídia atacam cada vez mais este grupo cristão com paródias caricatas, personagens radicais e aquele velho jargão de que "todo pastor está de olho no dízimo". Isso ocorre justamente porque a comunidade evangélica é a única verdadeira sobrevivente da representação política conservadora no Brasil. Destruindo-a, restará à bancada do agronegócio - o outro grupo "de direita" no parlamento - curvar-se aos pés da esquerda marxista ou daquela que se diz social-democrata, para ver atendidas as suas demandas para a produção agropecuária, o que já acontece.

Por outro lado, não é somente a representação política da direita que está em cheque, é a própria liberdade religiosa, que é pouco trazida à discussão. Grupos influenciados pela esquerda mundial e pelos Black Blocs já atacam, sem pudor ou tolerância, templos cristãos na Argentina e no Chile, num verdadeiro show de intolerância a aqueles que, ao invés de responderem na força, preferem apenas o silêncio e a discrição da oração do rosário. Logo, trata-se apenas uma questão de tempo para esses ataques se iniciarem aqui no Brasil.


Ora, se a finalidade desse movimento de direita que surge é o bem comum, a liberdade da pessoa humana e o direito à felicidade - sem que haja intervenção estatal ou de grupos minoritários -, como esses elementos não poderiam contemplar a defesa de uma verdadeira multidão que compõe as religiões cristãs no Brasil?

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